Na última quinta-feira, a Etec Prof. Dr. José Dagnoni participou da 7ª edição do “Recitar – a palavra em Verso Vivo”, projeto realizado pela Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, por meio da Secretaria de Cultura […]
Na última quinta-feira, a Etec Prof. Dr. José Dagnoni participou da 7ª edição do “Recitar – a palavra em Verso Vivo”, projeto realizado pela Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo @culturasbo , em parceria com a Secretaria de Educação, e com o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Diretoria de Ensino de Americana.
A declamação do poema de autoria barbarense foi realizada pela aluna Kauane Brito de Oliveira do 3º ano M-Tec Recursos Humanos, com o Poema “Após Longa Viagem”, da aluna Jennifer Silva Gabriel do 2º ano do M-Tec Desenvolvimento de Sistemas. Já a declamação do poema de autor consagrado ficou por conta da aluna Mayara Bender Matos De Santana do 1º ano do M-Tec Meio Ambiente, que declamou o poema “Fagulha” de Ana Cristina César, Projeto brilhantemente coordenador pela Professora Stela Saes, com participação de alunos de diversas séries e cursos.
Premiações:
PÓS LONGA VIAGEM
Eu não sabia quem eu era.
Eu não sabia sobre o mundo,
Até me deparar com ela.
Me encantei por suas formas
E viajei por todas elas
Movimentos contam histórias.
Aprende-se tanto sobre um povo:
Relações, cultura e memórias
E a cada nova descoberta,
Em mim, vejo transformações notórias.
Nas palavras encontrei-me
E, de tudo um pouco, conheci
Da matemática a geografia
Em um colorido mosaico descobri
Que a arte se faz para além da galeria
Mais de mil quadros apreciei.
Passei por diversas pessoas
E por tantas me afeiçoei
Na tentativa de compreender de vez.
O mundo que tanto me inspirei.
Agora, atinge-me a fabulosa luz.
Sob ela me transformo em outra
O coração que me conduz
Vivo a vida de outro alguém
E isso tudo em mim reluz.
Assim, mesmo após longa viagem
Não escolho a mais bonita;
Mas a todas faço homenagem,
Pelas artes me transformei
E aqui registro essa mensagem
Jennifer Silva Gabriel
FAGULHA
Abri curiosa
o céu.
Assim, afastando de leve as cortinas.
Eu queria entrar,
coração ante coração,
inteiriça
ou pelo menos mover-me um pouco,
com aquela parcimônia que caracterizava
as agitações me chamando
Eu queria até mesmo
saber ver,
e num movimento redondo
como as ondas
que me circundavam, invisíveis,
abraçar com as retinas
cada pedacinho de matéria viva.
Eu queria
(só)
perceber o invislumbrável
no levíssimo que sobrevoava.
Eu queria
apanhar uma braçada
do infinito em luz que a mim se misturava.
Eu queria
captar o impercebido
nos momentos mínimos do espaço
nu e cheio
Eu queria
ao menos manter descerradas as cortinas
na impossibilidade de tangê-las
Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.
Ana Cristina César